Israel-Protest marchers
Por: Dr. Jürgen Bühler, Presidente ICEJ
Traduzido por: Priscilla Campos

“E farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel; e um rei reinará sobre todos eles; eles não serão mais duas nações, nem nunca mais serão divididos em dois reinos.” (Ezequiel 37:22)

Como todos vimos na semana passada, Israel está atualmente em uma de suas piores crises desde o renascimento da nação em 1948. As terríveis ameaças anteriores que Israel enfrentou vieram todas de fora – como a Guerra da Independência, a Guerra dos Seis Dias , e a Guerra do Yom Kippur. No entanto, o atual conflito sobre as reformas judiciais é uma ameaça interna. É uma crise de irmão contra irmão. Alguns dizem que é o estado secular de Tel Aviv versus o estado religioso de Jerusalém. Mas não é tão simples. De muitas maneiras, é uma questão de saber se uma coalizão governamental nacionalista e religiosa pode impor suas opiniões a todo o público. Isso diz respeito não apenas aos judeus seculares, mas também aos judeus tradicionais, bem como às minorias cristãs árabes e muçulmanas, e até mesmo à comunidade judaica messiânica local.

Em ambos os lados, as linhas não são tão nítidas quanto parecem. Todos sabem que há necessidade de alguma medida de reforma judicial. No entanto, mesmo entre os setores judeus mais conservadores e religiosos, muitos sentem que o Estado ainda precisa de um judiciário forte para fornecer freios e contrapesos nas decisões do governo, especialmente em um país onde existem extremos em ambos os campos.

Esta semana, uma charge política israelense reproduziu a história bíblica do conselho de Salomão para dividir um bebê que estava sendo disputado por duas mulheres, a fim de determinar a verdadeira mãe. A charge mostrava o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não apenas propondo, mas na verdade dividindo o bebê ao meio, o que deveria representar a nação de Israel. Apareceu no jornal esquerdista Ha’aretz, conhecido por seu desdém por Netanyahu. Na verdade, sinto que ambos os lados desta disputa não estão dispostos a se comprometer e ambos estão ameaçando dividir a nação. Embora o presidente israelense Isaac Herzog tenha mostrado grande habilidade de estadista ao oferecer um caminho para um acordo viável, ambos os lados se afastaram dessas negociações, e a oposição o fez primeiro.

Esta semana também marcou Tisha B’Av, o dia judaico de luto pela destruição dos templos em Jerusalém. Os sábios talmúdicos afirmam que a razão para o saque do Segundo Templo e o exílio resultante foi o ‘sinat chinnam’, ou “ódio infundado”. Israel estava muito dividido internamente e Deus os julgou.

Um recente artigo de opinião também comparou a situação atual com a Guerra do Yom Kippur exatamente 50 anos atrás, quando o Israel moderno enfrentou sua maior ameaça existencial. O colunista, no entanto, observou que a diferença desta vez é que não é um ataque repentino e surpresa, mas que ambos os lados estão caminhando para um desastre com os olhos bem abertos.

Esta crise atual é de fato, uma ameaça real à unidade e ao tecido social da nação. No entanto, continuo otimista – não porque confio nos políticos, mas porque a Bíblia afirma claramente que Deus trouxe Seu povo de volta “para nunca mais ser desarraigado” (Amós 9:15). Pelo contrário, Ele jura que o retorno de Israel resultará em eles se tornarem “uma nação” (Ezequiel 37:22), e terminará em uma gloriosa restauração espiritual; pois certamente: “Eu sou o Senhor; Eu falei e o farei”. (Ezequiel 36:24-36).

Em meio à disputa sobre as reformas judiciais, lembre-se de que o Senhor promete: “Restaurarei os seus juízes como no princípio e os seus conselheiros como no princípio. Depois você será chamada a cidade da justiça, a cidade fiel. Sião será redimida com justiça e seus penitentes com retidão”. (Isaías 1:26-27)

Oremos por uma unidade dada por Deus em Israel e por líderes que tenham sabedoria e corações humildes para trazer paz à nação. Eu sei que Deus vai te responder.

Saudações calorosas de Jerusalém!

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Dr. Jürgen Bühler Presidente ICEJ