Will Setz preparing room for Holocaust survivor arrival
Por Yudit Setz
Traduzido por Ester Hansen

A televisão está cheia de imagens de mulheres, crianças e idosos na Ucrânia fugindo de suas casas com apenas uma pequena mala de pertences. Isso está criando um enorme impacto em nossos residentes no Lar Haifa para Sobreviventes do Holocausto, da ICEJ. Muitos estão revivendo o que experimentaram como crianças no Shoá.

Haifa home resident Chaya

Para Chaya Caspi, assistir as notícias sobre a Ucrânia suscita memórias perturbadoras do seu passado. Até hoje, Chaya revive, com regularidade, uma certa dor inimaginável da crueldade nazista, e sente grande compaixão pelas pessoas na Ucrânia.

“Sinto uma dor profunda em meu coração quando penso na Ucrânia. A guerra não é face-a-face, então há muitas vítimas civis. Famílias são destroçadas. Mulheres e crianças inocentes são mortas pelas bombas de Putin”, Chaya diz.

Ela nasceu na Romênia e tinha 8 anos quando começou a 2ª Guerra Mundial. Quando os nazistas chegaram, homens acima de 15 anos eram reunidos e mortos a tiros. O irmão de 19 anos de Chaya estava entre eles. O pai e os irmãos mais novos de Chaya foram reunidos, mais tarde, e amontoados em vagões de gado.  Ele e seus filhos mais novos estiveram no trem por oito dias, sem comida ou bebida. Ao final da viagem, as portas se abriram e todos os mortos foram jogados fora. O irmão mais novo de Chaya morreu nesse trem. O pai sobreviveu miraculosamente à guerra como um trabalhador forçado e foi reunido com o restante da família depois.

Haifa home resident Esti

Outra sobrevivente, Esti, nasceu na Polônia. Seu pai foi morto quando os alemães chegaram e queimaram seu vilarejo. Esti, a mãe e as irmãs fugiram para as florestas por nove longos meses. Elas construíram pequenos abrigos e fizeram cobertores com folhas. Um dia, soldados alemães entraram na floresta e começaram a atirar. A mãe e duas irmãs foram mortas bem ao lado dela. Esti e sua outra irmã conseguiram escapar – ela ainda não sabe como. 

Quando Esti ouve as notícias sobre a Ucrânia, lágrimas enchem seus olhos. Isso a faz lembrar da ocasião quando os ucranianos ajudaram os alemães a matarem judeus.

“Mas os ucranianos de hoje não têm nada a ver com as gerações passadas. É a mesma coisa com os alemães. Amo todos os voluntários da Alemanha que cuidam de mim hoje. Eles não são culpados”, Esti insitiu.

Ela se entristece porque os ucranianos estão passando por experiências similares às que ela teve que suportar.

“Ser forçado a fazer as malas de repente e ser desalojado, ver familiares queridos assassinados. No entanto, estou contente porque os ucranianos estão recebendo ajuda e refúgio em todo o mundo. Naquela época, ninguém queria nos ajudar porque éramos judeus”, Esti recorda.


Para este tempo

Enquanto trabalhamos com nossas organizações parceiras para resgatar sobreviventes do Holocausto vindos da Ucrânia, aqui em Haifa estamos preparando quartos para receber vários desses sobreviventes. Quando os sobreviventes ucranianos chegarem em Israel, eles serão cuidados, primeiramente, pela Agência Judaica. Durante esse tempo, nos encontraremos com eles para ver quem se encaixará melhor no Lar Haifa.

Enquanto isso, depois de superar vários obstáculos, o elevador está finalmente sendo instalado em nosso mais novo condomínio, que será o lugar ideal para abrigar alguns desses sobreviventes ucranianos. É quase insuportável imaginar o que essas pessoas viveram como crianças e estão vivendo agora, no final da vida. A Embaixada Cristã quer fazer tudo o que pudermos para confortar e apoiar esses futuros residentes.


In Memoriam
Março foi um mês difícil na Casa Haifa, uma vez que três dos nossos queridos residentes faleceram. Que a memória de Zvi Cohen (90), Klara Berkovitz (90) e Edmond Bozaglo (82) seja abençoada.

Com tão poucos anos de sobra para estender amor e cuidado aos sobreviventes do Holocausto, mostre seu amor a eles apoiando o Lar Haifa para Sobreviventes do Holocausto, da ICEJ. Faça sua doação hoje em: give.icej.org/survivors