
Sionismo Cristão – O Chamado de Israel
Data: 26.2.2025Trechos da série de webinars do ICEJ apresentados por David Parsons, Vice-Presidente Sênior & Porta-Voz da ICEJ
Traduzido por Julia La Ferrera
Após 7 de outubro, muitos querem saber por que os cristãos ainda apoiam Israel em meio a todas as acusações vis e antissemitismo contra o estado e o povo judeu. Muitos estão pesquisando na web sobre “sionismo cristão”. Neste webinar, discutimos o significado bíblico duradouro de Israel e, em particular, o chamado de Israel começando com Abraão. A questão central é: O que esse chamado divino significa e qual é sua relevância hoje? A Bíblia fala frequentemente sobre o chamado de Deus a Abraão e seus descendentes, particularmente por meio de Isaque, Jacó e as tribos de Israel. Esta discussão visa estabelecer a base teológica para o apoio cristão a Israel, fundamentado na Bíblia e não em razões políticas ou culturais.
O conceito de se Deus chamou Israel para um relacionamento especial ou os descartou após seus fracassos é central para esta exploração. A questão-chave está em entender a natureza de Deus — se Ele permanece fiel a Israel, mesmo hoje, ou se Israel foi abandonado após o nascimento da Igreja e a ressurreição de Cristo. A teologia da substituição, que prevaleceu por 1.400-1.500 anos, sugere que após a ressurreição de Cristo, a atenção de Deus mudou somente para a Igreja, efetivamente substituindo Israel no plano redentor de Deus. Essa teologia frequentemente carregava uma ponta hostil, acusando os judeus da morte de Cristo e condenando-os ao exílio perpétuo.
O amilenismo, outra visão, sugere que Cristo nunca retornará, não deixando nenhum papel para Israel. O pós-milenismo sustenta que Cristo retorna após a Igreja reinar por mil anos e aperfeiçoar o mundo. O dispensacionalismo, por outro lado, postula que após a Igreja ser arrebatada, a atenção de Deus retornará a Israel durante a tribulação de sete anos, com Israel desempenhando um papel crucial na conclusão do plano de Deus. No entanto, muitas vezes se torna obcecado com o lado negro da profecia, envolvendo a morte de dois terços dos judeus durante a grande Tribulação. Essa visão foi temperada por alguns seguidores nos últimos anos pela ascensão do judaísmo messiânico e, portanto, é chamada de “dispensacionalismo progressivo”.
A abordagem alternativa é o sionismo bíblico, que vê as alianças que Deus fez com Israel como ainda relevantes. Essa abordagem enfatiza que Deus prometeu a terra de Israel a Abraão e seus descendentes como uma possessão eterna, em uma aliança que oferece redenção ao mundo inteiro, não apenas a Israel. O retorno judaico a Israel hoje é visto como o cumprimento dessas promessas divinas a Abraão, especialmente a Promessa da Terra, e é apoiado tanto pelos profetas hebreus quanto pelo Novo Testamento. Espera-se que o retorno de Israel complete o plano redentor de Deus, especialmente por meio da Aliança Davídica.
O sionismo bíblico afirma que Deus, por meio da aliança divina, legou a terra de Israel aos descendentes de Abraão como uma possessão eterna. A aliança é caracterizada pelo juramento de Deus, prometendo que Israel teria um papel único na redenção mundial. Mesmo hoje, o retorno do povo judeu à terra significa a fidelidade de Deus a essas promessas. Essa visão também se conecta com a compreensão cristã da salvação por meio do povo judeu, particularmente na pessoa de Jesus.
O conceito de “bênção” de Israel vem de Gênesis 12:3, onde Deus promete abençoar aqueles que abençoarem Israel e amaldiçoar aqueles que os amaldiçoarem. O aspecto mais importante é a frase final: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Paulo em Gálatas 3 explica que essa promessa reflete o evangelho sendo pregado primeiro a Abraão, afirmando que a salvação oferecida a todos por meio de Cristo deriva de Israel. A bênção de Abraão, uma cobertura de sangue para o pecado, é obtida pela fé, especificamente por meio do sacrifício de Cristo na cruz.
Os cristãos são encorajados a apoiar Israel por causa das bênçãos redentoras que receberam por meio do povo judeu. Isso inclui não apenas bênçãos espirituais, mas também uma obrigação material de apoiar Israel. Romanos 15 destaca que os gentios que receberam benefícios espirituais de Israel têm o dever de ministrar a Israel de maneiras materiais.
O sionismo bíblico reconhece Israel como um povo e uma terra escolhida por Deus para a redenção mundial. O povo judeu, por meio de sua história e retorno à terra, tem sido central para o plano de salvação de Deus. O cumprimento final das promessas de Deus será visto na Era Messiânica, quando o reinado de Cristo traz paz e justiça a toda a terra. Os cristãos devem reconhecer que Deus não descartou Israel, mas continua a trabalhar por meio de Israel e da Igreja para cumprir Seus propósitos redentores.
A questão para os cristãos hoje é se Deus cumpriu todas as Suas promessas a Israel. Enquanto alguns acreditam que as promessas de Deus foram totalmente cumpridas no primeiro século, a visão do sionismo bíblico sustenta que os propósitos de Deus para Israel são contínuos. Os cristãos devem abençoar Israel, reconhecendo seu papel duradouro no plano de Deus para a redenção. Criticar Israel injustamente ou manter padrões duplos pode ser visto como antissemita e vai contra o chamado bíblico para respeitar e ficar ao lado de Israel.
Para obter uma compreensão mais profunda do sionismo cristão, convidamos você a assistir ao webinar completo abaixo.
Main photo: Jewish men gather at the Western Wall for prayer during Sukkot. (Credit: Shutterstock)