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Durante a longa guerra de dois anos de Israel contra o Hamas, acusações de “genocídio” foram lançadas contra Israel por muitas fontes, incluindo funcionários das Nações Unidas e líderes mundiais proeminentes. Um exemplo recente foi a resolução da Associação Internacional de Estudiosos de Genocídio (IAGS), que se revelou uma tentativa vergonhosa e secreta de um pequeno grupo de antissemitas dentro da organização para enganar o mundo com falsas pretensões acadêmicas. Esse uso despreocupado da acusação de genocídio contra o Estado judeu ameaça minar as valiosas salvaguardas estabelecidas na lei internacional contra esse grande crime e também revela os motivos duvidosos daqueles que buscam difamar Israel.

O genocídio é corretamente chamado de “crime dos crimes”. Ele é definido na Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948) como atos cometidos “com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal”. O requisito central é a intenção específica (dolus specialis) de erradicar um grupo protegido simplesmente pelo que ele é.

Essa definição foi formulada após o Holocausto, quando o regime nazista buscou o extermínio sistemático do povo judeu na Europa. Desde então, ela tem sido legalmente aplicada a tragédias horríveis como os massacres generalizados em Ruanda, Bósnia e Darfur. Assim, o conceito legal de genocídio é deliberadamente definido em termos precisos e restritos para protegê-lo de abusos frívolos ou politizados.

No entanto, em nossos dias, vemos cada vez mais acusações de “genocídio” rotineiramente brandidas como uma arma retórica no discurso global, especialmente contra Israel. Essa diluição do significado central de genocídio é uma afronta tanto à história quanto às verdadeiras vítimas desse crime hediondo.

Para o povo judeu, as acusações de genocídio contra Israel têm um significado ainda mais profundo e duplo. Essas acusações não são apenas patentemente falsas, elas são uma inversão dolorosa do sofrimento dos judeus no Holocausto, trivializando essa imensa catástrofe e, ao mesmo tempo, transformando os israelenses em nazistas.

Pelos motivos a seguir, concluímos que a acusação de genocídio em Gaza não se aplica a Israel:

  1. Ausência de intenção genocida específica:  A Convenção sobre Genocídio de 1948 exige a intenção clara de destruir um povo. Não há evidências confiáveis que demonstrem que Israel busca erradicar todos os habitantes de Gaza, mas sim que sua intenção é derrotar a milícia terrorista proibida Hamas, que desencadeou o conflito atual ao realizar o massacre generalizado de israelenses e sequestrar reféns em 7 de outubro de 2023.
  2. A guerra termina quando os reféns são libertados:  Israel deixou claro que a guerra poderia terminar amanhã se o Hamas libertasse os reféns israelenses restantes, concordasse em se desarmar e renunciasse ao controle de Gaza. Os genocídios não terminam com essas propostas de paz.
  3. As IDF alertam os civis antes dos ataques e facilitam as evacuações:  As forças armadas israelenses sempre emitiram mensagens de alerta antes de ataques direcionados – como por meio de mensagens de texto SMS, telefonemas, panfletos lançados do ar e plataformas de mídia social on-line – e facilitaram a evacuação de civis. Isso é incompatível com uma campanha de genocídio.
  4. O papel da comunidade internacional no confinamento dos habitantes de Gaza ao campo de batalha:  O número crescente de mortes em Gaza é preocupante para todos, mas nem tudo pode ser atribuído a Israel. Na verdade, a comunidade internacional tem alguma responsabilidade por essa situação ao insistir de forma esmagadora que todos os civis palestinos em Gaza tivessem que permanecer no campo de batalha, em vez de serem autorizados a evacuar para um local seguro. Esse foi um ato sem precedentes na história da guerra moderna e só complicou os esforços de Israel para confrontar e derrotar o Hamas, cuja estratégia deliberada é explorar a população de Gaza como escudos humanos.
  5. Ajuda médica e evacuações de crianças para o exterior:  Israel coordenou a evacuação de centenas de crianças palestinas com doenças graves para receber tratamento em Abu Dhabi, na Itália e em outros lugares – prova de preocupação humanitária, não de destruição.
  6. A escala e a metodologia não são indicativas dos objetivos de destruição:  As baixas civis são trágicas, mas os métodos de Israel – ataques de precisão, avisos prévios – contrastam fortemente com o extermínio indiscriminado que define o genocídio.
  7. Status jurídico complexo e caso pendente da CIJ: A Corte Internacional de Justiça está atualmente deliberando sobre a acusação de genocídio contra Israel e, até o momento, apenas ordenou que Israel evite a possibilidade de genocídio como medida provisória. Essa não foi uma decisão final, e o caso ainda está pendente.
  8. Principais conclusões do governo e refutações acadêmicas emergentes:  Alguns governos, inclusive o Reino Unido, avaliaram cuidadosamente as evidências e chegaram à conclusão de que Israel não está cometendo genocídio em Gaza. Além disso, estudos independentes contestam as acusações de genocídio, expondo dados falhos de vítimas e a falta de evidências de políticas sistemáticas de direcionamento.
  9. Israel facilita a entrega de alimentos e ajuda: Longe de deixar os habitantes de Gaza famintos, Israel tem coordenado fluxos maciços de ajuda. Desde 7 de outubro, uma média de 300 a 320 caminhões de ajuda por dia entraram em Gaza pela passagem israelense, transportando alimentos, medicamentos e suprimentos. Mais recentemente, a Gaza Humanitarian Foundation, administrada por israelenses e americanos, tem distribuído 1,2 milhão de refeições diariamente. Israel também permitiu conexões de água e energia para a principal usina de dessalinização de água de Gaza. Essas ações, mais uma vez, são incompatíveis com a intenção genocida.
  10. A população de Gaza não está diminuindo: Apesar de milhares de mortes, a população geral de Gaza não diminuiu desde 7 de outubro, com dezenas de milhares de crianças nascidas durante a guerra. Essa realidade demográfica contradiz as alegações de uma campanha de extermínio.

Ao contrário de Israel, o Hamas tem clara intenção genocida
Em contrapartida, o Hamas não apenas apresenta comportamento genocida, mas proclama abertamente sua intenção genocida. A Carta do Hamas acusa o povo judeu de tentar controlar o mundo, que eles consideram ser o destino legítimo apenas dos muçulmanos e, portanto, os judeus são vistos como um inimigo implacável. A Carta do Hamas também continua afirmando, em sua versão árabe, que é seu dever religioso destruir o povo judeu devido à guerra perpétua que existe entre muçulmanos e judeus até o Dia do Juízo Final. De fato, a Carta recita expressamente o hadith (tradição) islâmico primitivo que declara essa destruição dos judeus como um pré-requisito para o fim dos dias. Na verdade, o Hamas considera os massacres de 7 de outubro como um cumprimento parcial desse hadith. Portanto, as autoridades do Hamas prometeram repetir esses ataques várias vezes – uma ameaça que deve ser vista à luz dessa sombria visão apocalíptica.

As atrocidades cometidas pelo Hamas em 7 de outubro, incluindo estupros, assassinatos, torturas e sequestros, decorrem de uma ideologia genocida. Além disso, sua estratégia de usar civis palestinos como escudos humanos revela o quão profundamente o Hamas abraçou uma cultura de morte, chegando a sacrificar seu próprio povo para promover sua causa diabólica.

Conclusão
O coro de acusações de que Israel está cometendo genocídio em Gaza desmorona sob uma análise cuidadosa e objetiva. Na verdade, essa é apenas mais uma na longa ladainha de calúnias de sangue contra o Estado e o povo judeu. A guerra em Gaza é muito intensa, complicada e estressante para todos os envolvidos, especialmente com a presença de reféns israelenses mantidos pelo Hamas em uma vasta rede de túneis terroristas. Mas, ao emitir avisos antes dos ataques, facilitar a ajuda humanitária e oferecer a paz em troca da libertação dos reféns, a conduta de Israel é incompatível com a intenção genocida. Esses fatos contrastam fortemente com o Hamas, cuja carta de fundação, retórica e ações visam abertamente à aniquilação do povo judeu.

A comunidade global deve reconhecer essa dura realidade, em vez de confundir as vítimas com os agressores, e deve confrontar a campanha deliberada de genocídio instigada pelo Hamas.

Foto: Soldados da IDF trazem para casa o refém israelense Andrey Kozlov resgatado do centro de Gaza em 2024 (Credit-Ilia Yefimovich-picture-alliance-dpa-AP Images)